Eneatipo 9: um breve resumo para ajudar na auto-observação

Identificado com o Ego:

O QUE QUER EVITAR O CONFLITO

Preguiçoso, resignado, apático, acomodado, procrastinador

Breve descrição: A dificuldade dessa personalidade está em não ter aprendido a lidar com os conflitos e com a raiva. Tende a se recusar e a se anular como ser humano. Instala-se em uma zona de conforto, onde vive inconscientemente (completamente alienado de si mesmo). Geralmente passa despercebido e evita tomar partido para não incomodar. É difícil para ele dizer “não” aos outros (por medo de desagradar). Para não dizer nada inconveniente, ouve mais do que fala. Acredita que sua opinião não importa e tende a se conformar com o pensamento geral. Renuncia facilmente e tende a procrastinar, deixando tudo para o último momento. É dominado por sua apatia, indolência, negligência, passividade e comodismo.

Ferida de nascimento: Sensação de não pertencer, de não ser importante para o contexto.

Principais padrões de comportamento inconsciente do ego:

  • Busca harmonia com o ambiente externo (conforto e tranquilidade) mesmo que isso implique perda de contato com o ambiente interno (redução de consciência do interno/desconexão da sabedoria interna);
  • Adapta-se ao pensamento geral das pessoas ao seu redor: satisfeito por estar em segundo plano;
  • É muito difícil estabelecer limites e dizer “não” aos outros por medo de que alguém fique com raiva;
  • Vive a vida sem saber quem é ou para onde está indo (deixando a vida o levar e sem importar muito com isso);
  • Tende a procrastinar, pensando que suas tarefas ou responsabilidades acabarão se resolvendo por si só;
  • Pode se ver tentado a escolher o caminho de menor esforço;
  • Hábito de não pensar nas próprias prioridades;
  • Só encontra motivação quando conectado ao desejo dos outros;
  • Pode criar várias reflexões, crenças e ideias para continuar vivendo o auto esquecimento e o auto abandono;
  • Desiste do que quer.

Memórias da infância: Tem a sensação da infância ter sido tranquila e harmoniosa. Para manter sua paz interior, adotou o papel de mediador durante os conflitos da família e evitou dar trabalho. Então, pouco a pouco, interiorizou que não vale a pena afirmar-se ou tomar partido. É bem possível que não tenha recebido a atenção que precisava e não tenha sido ouvido em seus desejos e preferências. É possível que tenha se sentindo negligenciado nos primeiros anos de vida e que não tenha se sentido pertencente.

Medo inconsciente: Separar-se dos outros e entrar em conflito.

Estratégia para lidar com o problema: Ajusta-se ao que as outras pessoas querem e esquece do que quer. Harmoniza-se com os mais próximos e torna-se menos assertivo consigo mesmo. Pode achar que qualquer sentimento forte ou demonstração de preferência o coloque em conflito com os outros.

Visão limitada e distorcida do mundo:

“É difícil afirmar minhas vontades e desejos. Melhor me adaptar com o que já existe e não criar conflito.”

“Concordar para agradar é a única forma se ser.”

Vício emocional (paixão do ego): Preguiça (inércia / negligência). Preguiça como uma dificuldade de manter-se no rumo, sem se perder com coisas não essenciais. “Moleza”, falta de garra e falta de entusiasmo. E, sobretudo, preguiça de olhar para dentro de si.

Vício mental (fixação): Indolência. Pensamentos de menos valia em relação a si mesmo. Leva a vida como se seus sonhos e desejos não fossem tão importantes frente a todas outras demandas da vida.

Mecanismo de defesa: Anestesia (narcotização, entorpecimento). Neutraliza a dor psicológica ou desconforto por meio de algum ofuscamento da consciência (comer, ler, cozinhar, ver TV, redes sociais, etc.). Gasta sua energia anestesiando conflitos internos e externos, assim como reprimindo emoções fortes.

Tentação: Auto rebaixamento. A tentação consiste em diminuir-se, sobretudo diante de si mesmo. À primeira vista, age com humildade, mas por trás disso existe uma falsa modéstia, medo e, ao mesmo tempo, vontade de aparecer.

Armadilha: Concordar em demasia com os outros. “Deixa para lá, não vale a pena me estressar”.

Conectado com o Ser:

AÇÃO CERTA / ENGAJAMENTO / PROATIVIDADE

Pacífico, harmonioso, diplomático, assertivo, curador e enérgico

Qualidade essencial: Recuperando o contato com o Ser, encontra suas qualidades essenciais: a ação certa, o engajamento, a proatividade e a diligência. Passa a agir e a se mover conscientemente, enfrentando os conflitos com assertividade. Entende profundamente o ponto de vista dos outros. É motivado pelo amor à paz e à tranquilidade. Ajuda as pessoas a solucionarem conflitos e a fazerem concessões mostrando o ponto comum que há entre elas. Conquista mais autoconsciência. Age com mais confiança em beneficio próprio. Faz o esforço contínuo de se conectar consigo da mesma forma que se empenha na conexão com os outros. Impacta os outros de modo poderoso e positivo.

Grande aprendizado de vida: Sentir-se verdadeiramente em paz consigo, saindo da zona de conforto e ofertando cura, harmonia e coragem para os outros através de sua perspectiva que tudo inclui.

Desafio psicológico: Como posso estar em paz mesmo entrando em conflitos, estabelecendo limites e me afirmando?

Objetivo: Perceber que todos nós somos iguais e incondicionalmente amados (aceitos e apreciados) simplesmente por ser quem somos. O bem-estar vem de dentro. Deixar de ser uma pessoa murcha, que se anula, sem força, com dificuldade de falar não e dar a própria opinião, que evita conflitos, acometido em ações rotineiras (“uma pessoa como todo mundo”) para ir se tornando gigante, forte e sereno (uma força silenciosa). Assume a energia física, sente o sangue correndo nas veias. Torna-se prático, ativista e pacificador. Assumindo coragem para grandes missões, para fazer as coisas para si mesmo e para iniciar projetos novos.

Em auto-observação você deve criar um espaço interno para perceber seus pensamentos, sentimentos e ações rotineiras. Preste atenção nas tendências de:

  • Concordar facilmente com os desejos e vontades dos outros: perceba se você se distrai com algo menos importante quando, na verdade, tinha uma prioridade sua para atender. Observe quais são as atividades que você realiza e que contribuem para seu adormecimento;
  • Ficar preso na inércia. Deveria agir e não age, deveria decidir e não decide.

Sempre que identificar um padrão, questione-se:

Por que isso habita de mim? De onde vem? Qual necessidade mais profunda estou tentando atender através de padrão? Agir/pensar/sentir assim me ajuda ou me atrapalha?

Quando houver uma tomada de consciência, experimente novas atitudes e crie novas possibilidades.

Com carinho, Monique

OBS: O conteúdo aqui compilado é um resumo criado a partir das obras de Beatrice Chestnut, Borja Vilasceca, Domingos Cunha, Nicolai Cursino e Urâneo Paes, bem como de meus atendimentos e cursos. Meu profundo respeito e agradecimento a estes professores que nos ensinam tanto.

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