Identificado com o Ego:
O QUE TEME SOFRER
Disperso, evasivo, insaciável, hiperativo e acelerado
Breve descrição: A dificuldade dessa personalidade está em entrar em contato com o vazio existencial. Tende a desenvolver uma personalidade divertida, alegre e positiva (usando o senso de humor como mecanismo de defesa). Tem dificuldade de escutar os outros com paciência, uma vez que também não escuta a si mesmo. Geralmente é hiperativo e hedonista, obcecado pela busca de prazer à curto prazo como antídoto para enterrar seu tédio crônico. Vive planejando o futuro, é muito disperso e tem dificuldade de estar presente e de se concentrar. É especialista em fugir da dor, escapando do desconforto através do barulho, dos planos futuros ou do entretenimento. Sempre quer mais e tem dificuldade de se sentir completamente satisfeito.
Ferida de nascimento: Sensação de vazio e insatisfação.
Principais padrões de comportamento inconsciente do ego:
- Tenta preencher o vazio interior com pessoas e experiências agradáveis e recompensadoras;
- Sua mente não para de “tagarelar” (às vezes, por estar pensando em muitas coisas ao mesmo tempo, tem dificuldade de se concentrar e ouvir os outros);
- Aparenta ser feliz, enquanto acumula muita tristeza. Usa o humor como mecanismo de defesa;
- Pode se sentir desconfortável ao ficar sozinho e em silêncio;
- Fica entediado quando não encontra estímulos suficientes no ambiente e costuma pensar que algo melhor e mais divertido está acontecendo em outro lugar;
Memórias da infância: Quando crianças, defrontaram-se com um início de vida assustador e, para lidar com o medo, fugiram para as possibilidades ilimitadas da imaginação. Podem até se lembrar que, para se sentirem seguros e confiantes, tinham que se cercar de brinquedos, experiências e pessoas estimulantes e recompensadoras. Assim, pouco a pouco interiorizaram que não é bom sentir dor ou tristeza.
Medo inconsciente: Ver-se sem nada, sentido dor e sofrimento. Tem medo de se conectar com sua ansiedade e vazio interior.
Visão limitada e distorcida do mundo:
“Não posso me desanimar e sempre tenho que ver o lado positivo das coisas”.
“Preciso evitar dor, desconforto ou tédio, porque, se me permitir vivenciar essas emoções, provavelmente me aprisionarei nelas por muito tempo, talvez para sempre”.
Vício emocional (paixão do ego): Gula: Desejo insaciável de “encher-se” e de preencher o vazio interior com inúmeras atividades estimulantes e positivas.
Vício mental (fixação): Planejamento ou imaginação positiva: pensamentos focados em sonhos otimistas e ideias prazerosas. Nesse futuro não há dificuldades, dores e tristezas. Quanto maior a dificuldade do agora, mais as ideias fantasiosas se intensificam (desviando-os das frustrações e limitações da realidade prática).
Mecanismo de defesa: Racionalização (criam justificativas dando significado positivo a qualquer fato da vida).
Tentação: Idealismo, criatividade. Sua natural agilidade mental lhe permite produzir soluções brilhantes para problemas comuns. Quer estar se empenhando em algo que traga prazer e alegria a si e aos outros.
Armadilha: Imaginar coisas agradáveis e prazerosas.
Conectado com o Ser:
SOBRIEDADE
Alegre, feliz, gracioso, presente, grato, abundante, enxergam a vida como uma benção cheia de maravilhas e celebram em gratidão.
Qualidade essencial: Ao recuperar o contato com o Ser, reconecta-se com sua qualidade essencial: a sobriedade. Sente-se muito bem consigo mesmo, sem necessidade de tantos estímulos externos.
- Acessam uma felicidade mais natural e uma seriedade existencial: cultivam a satisfação de estar aqui neste momento, (sem desejar nada mais do que isto que está aqui no momento presente);
- Satisfeitos;
- Mente ágil, produtivo e entusiasmado;
- Não precisam de alegria imediata e conseguem se dedicar ao que verdadeiramente importa;
- Preferem estar com pessoas com quem podem se conectar de verdade.
Grande aprendizado de vida: Sentir-se verdadeiramente feliz em silêncio e na quietude.
Desafio psicológico: Como posso ser feliz sem o desejo de fazer planos e me permitindo sentir o vazio e a dor que existe em meu interior?
Objetivo: Perceber todos os “disfarces” que utiliza para não lidar com a tristeza, a frustração e o medo da rejeição. Focar em suas prioridades. Diminuir o número de coisas que faz para se comprometer com aquilo que inicia. Ouvir os outros com humildade e cuidar de tarefas rotineiras e burocráticas. Especializar-se e aprofundar-se quando for necessário.
Em auto-observação você deve criar um espaço interno para perceber seus pensamentos, sentimentos e ações rotineiras. Preste atenção nas tendências de:
- Observe quando, para evitar algo desconfortável, você se afasta, se acelera e se move em direção a algo que aparenta ser mais prazeroso,
- Observe o medo, a ansiedade, a rebeldia frente a qualquer restrição ou sensação de estar sendo limitado;
- Observe quanto tempo você passa imaginando coisas agradáveis como forma de escapar do que está acontecendo no presente.
Sempre que identificar um padrão, questione-se:
Por que isto habita de mim? De onde vem? Qual necessidade mais profunda estou tentando atender através de padrão? Agir/pensar/sentir assim me ajuda ou me atrapalha?
Quando tomar consciência, experimente novas atitudes e crie novas possibilidades.
Com carinho, Monique
OBS: O conteúdo aqui compilado é um resumo criado a partir das obras de Beatrice Chestnut, Borja Vilasceca, Domingos Cunha, Nicolai Cursino e Urâneo Paes, bem como de meus atendimentos e cursos. Meu profundo respeito e agradecimento a esses professores que nos ensinam tanto.