Eneatipo 1: um breve resumo para ajudar na auto-observação

Identificado com o Ego:

O QUE QUER SER PERFEITO

Ira, crítico, queixoso, exigente, dogmático e arrogante

Breve descrição: A dor dessa personalidade é sentir-se imperfeito. Para compensar esse sentimento de inadequação, criaram inconscientemente um ideal de como deveriam ser. Nisso se tornam muito exigentes e críticos consigo e, como nunca atingem a perfeição desejada, tendem a ficar irritados e frustrados com facilidade. São pessoas que geralmente estão convencidas de que a sua maneira de ver as coisas é a única maneira certa. Por causa da arrogância e da rigidez, tentam impor seu ponto de vista àqueles que pensam ou agem de maneira diferente.

Ferida de nascimento: Sensação de insuficiência e de imperfeição.

Principais padrões de comportamento inconsciente do ego:

  • Exigem perfeição de si, das pessoas ou situações que o rodeiam;
  • Relaxar é muito difícil;
  • Consideram que sempre conhecem a melhor maneira de resolver uma situação;
  • Tentam educar, instruir e corrigir severamente os outros;
  • Acham que estão sempre certos, julgam e criticam o que consideram imperfeito, pois acreditam que o seu modo de pensar é o modo certo de pensar;
  • Há um crítico interno severo;
  • Defendem suas posições com veemência, rigidez, intolerância e dogmatismo.

Memórias da infância: Associam a infância a sensação de não terem sido considerados suficientemente bons por seus pais, que esperavam mais dele. Pouco a pouco internalizaram que não é aceitável cometer erros. Assumiram responsabilidades cedo. Foram educados para limpeza, organização, economia e cobrados para serem crianças modelo: “seja bom”, “comporta-se”, “não seja infantil”, “esforce-se”, etc.

Medo inconsciente: De ser considerado mau, corrupto, medíocre, imperfeito.

Visão limitada e distorcida do mundo:

O mundo é imperfeito, então eu trabalho para reformá-lo, aperfeiçoá-lo e melhorá-lo”.

“Se eu não inibir minhas emoções, impulsos e necessidades, talvez diga ou faça algo inapropriado e me sinta constrangido”.

Vício emocional (paixão do ego): Ira. Raiva reprimida que acaba sendo explodida (ou implodida) por coisas pequenas (geralmente com as pessoas mais próximas). Muitas vezes não admite (e nem percebe) que é agressivo (porque isso seria sinônimo de imperfeição, de mau comportamento).

Vício mental (fixação): Ressentimento. Qualquer coisa “fere” a pessoa, irrita e incomoda. Perdoa, mas não esquece e guarda “listas” de defeitos dos outros. É rancoroso e fica remoendo, por muito tempo, aquilo que julga não ter sido correto.

Mecanismo de defesa: Formação reativa (um forte sistema de vigilância interna). Opõe-se ou reage contra seu próprio “mau comportamento”, restringe seus impulsos, anseios e desejos, abafando raiva e culpa. Sente raiva de sentir raiva e por isso a reprime. Necessidade de atribuir a culpa a outros, a fim de contrabalancear a intensa crítica dirigida a si mesmo.

Tentação: Perfeição. A busca pela perfeição domina sua vida.

Armadilha: Irritabilidade, irritar-se com qualquer coisa com facilidade.

Conectado com o Ser:

SERENIDADE

Íntegro, visionário, eloquente, inspirador, organizado e compassivo

Qualidade essencial: Ao recuperar o contato com o Ser, reconecta-se com sua qualidade essencial: serenidade, por meio da qual se aceita como é e, portanto, aceita os outros e o mundo como são.

  • Vivem a vida sem reagir emocionalmente contra ela (capacidade de responder ao invés de reagir);
  • São pessoas íntegras e boas;
  • Sábias, ponderadas, aceitadoras e otimistas;
  • Têm um propósito maior, uma missão elevada;
  • Racionais, razoáveis, autodisciplinados e altamente éticas;
  • Motivados a fazer a coisa certa;
  • Um coração que não se perde em reações emocionais (não é sobre não se importar, é não se envolver de uma forma reativa);
  • Desenvolvem musculatura do coração para não reagir contra aquilo que consideram injusto;
  • Aquietação do coração.

Grande aprendizado de vida: Aceitar-se como é, aceitar os outros como são e aceitar a realidade como ela é. Tornar-se a própria mudança que deseja ver no mundo. Sair da posição de juiz para viver mais como testemunha.

Desafio psicológico: Como posso continuar melhorando e me aperfeiçoando se eu me aceitar como sou?

Objetivo: Perceber que todos nós somos perfeitos exatamente como somos (completos e inteiros). O valor de nosso Ser é intrínseco e não depende de estarmos certos ou errados. Vai deixando de ser uma pessoa certinha, rígida, pautada pelo “tenho que”, “devo”, “o certo é”, “isso está errado” para ir se tornando uma pessoa que se permite mais viver os impulsos e os prazeres da vida, alguém que flui com a vida, que aceita a si mesmo e aos outros com serenidade, bom humor e leveza.

Em auto-observação você deve criar um espaço interno para perceber seus pensamentos, sentimentos e ações rotineiras. Preste atenção nas tendências de:

  • Avaliar tudo comparando com um padrão ideal e visar à perfeição de si, dos outros e/ou do ambiente externo recorrendo a um “crítico interno”;
  • Seguir conscientemente as regras como parte de um esforço para evitar cometer erros;
  • Reprimir e super controlar sentimentos, necessidades e impulsos.

Sempre que identificar um padrão, questione-se:

Por que isto habita de mim? De onde vem? Qual necessidade mais profunda estou tentando atender através de padrão? Agir/pensar/sentir assim me ajuda ou me atrapalha?

Quando houver tomada de consciência, experimente novas atitudes e crie novas possibilidades.

OBS: O conteúdo aqui compilado é um resumo criado a partir das obras de Beatrice Chestnut, Borja Vilasceca, Domingos Cunha, Nicolai Cursino e Urâneo Paes, bem como de meus atendimentos e cursos. Meu profundo respeito e agradecimento a esses professores que nos ensinam tanto.

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