Jung chama de individuação o contínuo processo de nos tornarmos o ser humano completo que fomos destinados a ser. Ao longo desse processo, seremos chamados a integrar nossa sombra e também a parte oposta que nos habita: a anima ou o animus.
Em uma definição simples: a anima é a personificação do princípio feminino no homem e o animus, o princípio masculino na mulher. Ambos são inconscientes.
Isso significa que, se um homem se identifica conscientemente com sua masculinidade, seu lado feminino é inconsciente para ele. Assim como uma mulher que se identifica com sua feminilidade dispõe de um lado masculino, que é inconsciente para ela.
Até nos tornarmos conscientes desses aspectos ocultos e darmos a devida atenção que eles merecem, teremos a tendência de:
1) projetá-los em outras pessoas (que nos atraem ou nos repulsam: como uma espécie de ímã que atrai ou repele outro metal).
2) nos sentirmos dominados por eles, pois são forças internas que querem ser vistas, amadas e respeitadas. Neste caso, dizemos que estamos sendo dominados por uma anima ou um animus negativo.
Nos homens, a anima negativa aparece como:
- tristeza
- mau humor
- extrema sensibilidade
- ressentimento
- impertinência
- rabugice
- sarcasmos
- piadas venenosas
Nas mulheres, o animus negativo aparece como:
- julgamentos
- generalizações
- críticas
- opiniões áridas
- afirmações destruidoras
- distanciamento do sentimento e da ternura
- pensamentos que sabotam a realização
Realizar a união desses opostos dentro de nós é o que Jung chamou de a grande obra prima da existência. A vida nos trará inúmeras oportunidades e desafios para que possamos trabalhar com nosso inconsciente e amadurecer, por tanto cabe a nós estarmos dispostos a recolher as projeções e integrar as partes.
Que esse texto te inspire na auto-observação.
Com carinho, Monique
Referência: Sanford, John A. (1987). Os parceiros invisíveis. São Paulo: Paulus